Como cidadão e, também como autarca, a recente escalada de violência urbana em França preocupa-me. Dez noites consecutivas de descontrolo, milícias de ataque e de defesa, conflito de classes sociais e geracionais, um milhar de veículos vandalizados e expansão da violência a diversos núcleos urbanos, temendo-se que depressa se alastre a Itália e à vizinha Alemanha. Estará a bomba relógio de que o Carlos nos alertou em 2004 prestes a explodir?
Da nossa parte, no exercício das respectivas funções públicas, daremos especial atenção aos bairros mais desfavorecidos da freguesia. Aqueles onde a Câmara Municipal de Lisboa tem receio de fazer passar o Porta-a-Porta mas, onde o transporte é mais preciso.
Lembro-me, agora, das interrogações de Manuel Alegre: “Será que a Constituição está a ser cumprida quando há dois milhões de portugueses em estado de pobreza, mais de meio milhão de desempregados, tantas famílias sem habitação condigna, tantos atentados ao meio ambiente, tanto insucesso e abandono escolar, tantas assimetrias regionais e desequilíbrios sociais?”.
1 comentário:
As sociedades europeias continuam a ter a postura da avestruz. Espera-se que despertem, com este 'abanão' francês. E tu sabes que na tua freguesia tens bairros problemáticos, que nem as mudanças (habitacionais) dos últimos anos dissiparam.
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