Caro Luís,
Concordo quando me respondes que para financiar o Serviço Nacional de Saúde, e as outras políticas sociais essenciais, e o famoso déficit das contas públicas, é necessário combater a fraude e a evasão fiscal; reduzir as despesas absurdas gastas em propaganda e controlar os gastos em contratos, sem qualquer sentido, de outsourcing na administração pública.
E será que, contabilisticamente, isso chega? Será que a receita arrecadada, ou não gasta, nessas rúbricas é suficiente para alimentar o monstro?
A fiscalização e o combate à fraude é essencial. É certo que as outras soluções terão um papel predominantemente moralizante, será escasso o seu efeito contabilistico no orçamento. E, já agora, é preciso por a produzir muita da administração pública que, por diversos motivos, não está a dar aquilo que podia ao país. Ou seja, mais eficiência, com a prata da casa. E depois, fora de cena quem não é de cena. Não é preciso termos a melhor Administração Pública do mundo mas, podemos fazer muito mais com a que temos.
Ainda hoje no Diário de Notícias o Prof. Jorge Miranda lembrava que antes de se lançarem taxas sociais no SNS dever-se-ia lançar portagens nas SCUTS e aumentar as propinas.
Provavelmente pela ordem social de importância o Professor até tem razão: a saúde em primeiro lugar. De facto, é preciso não estragar o essencial mas, pode-se mudar, se necessário, através de uma maior contribuição de todos.
Não podemos é esperar pelo dia em que se decide um aumento brutal da carga fiscal tendo como alternativa o fim do SNS.
Abjurar: do Lat. ab. + jurare, v. tr., renunciar formalmente a certos erros (crença religiosa ou política) em acto público; retratar-se, apostatar.
domingo, outubro 15, 2006
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8 comentários:
Caro Pedro
Parece que estamos de acordo em tudo, mas (há sempre um mas... nestas coisas) foi o próprio Ministro que disse que a taxa não resolve nada em termos de financiamento do SNS, o que só pode ser verdade, como tu e eu sabemos.
É uma gota de água no orçamento do SNS e por isso mesmo é um contra-senso estar a defender a sustentação do SNS com base nessa taxa.
O que está implícito, e por isso se diz que é moderadora, é que serve para moderar o acesso aos internamentos, o que convenhamos, é um completo disparate, principalmente se considerarmos a porcaria de serviços hoteleiros que são prestados nos Hospitais.
Tirando os casos de que falo no meu Post, (as famílias livrarem-se dos mais idosos para deles fazerem férias) não existe qualquer sentido na insistência do Ministro.
Ora o caso referido combate-se com fiscalização e não com taxas moderadoras.
Volto a dizer, para que fique bem claro porque, pelos vistos, ainda não me fiz entender:
O Governo tem estado a actuar bem, quanto a mim, avançando com as reformas que está a fazer. Que não seja por medidas avulsas e descontextualizadas como estas que se deite tudo a perder.
Começo a não saber como explicar melhor este meu ponto de vista.
Ok. Eu já tinha entendido esse ponto de vista e concordo. Só queria deixar a nota de que não se deve diabolizar as taxas porque podem vir a ser necessárias como forma de finaciamento.
Bom debate. Assim gosto... :)
Realmente não posso deixar de concordar com LNT. Como já foi dito (e repito aqui também) foi o próprio ministro que disse que as taxas moderadoras são uma contribuição muito pequena (quase inútil) para o orçamento total do SNS. Em relação à "moderação" que as mesmas taxas supostamente causam (na afluência aos serviços) também foi dito, recentemente, que não tem havido nenhum efeito significativo.
Segundo ouvi na rádio serão mais 16 milhões para o roçamento da saúde (a soma da actual taxa moderadora com a nova taxa por internamento), será que não fazem falta?
Caro Pedro,
Não gostaria de dizer nenhum disparate, porque não tenho a certeza do número exacto, mas a ideia que tenho é que o OE para a Saúde anda entre os seis e os sete mil milhões de Euros. Tens de admitir que a verba de que falas é uma gotinha no oceano. Talvez não tenha sido boa ideia dizer que se aplicava para ajudar o Orçamento da saúde e menos ainda, quando os custos sociais desta medida insignificante podem custar graves custos políticos naquilo que é importante.
Não quero tirar para já ilações do que possa ter acontecido, mas fiz hoje à tarde um comentário neste post era o 6º que não aparece.
Terá sido alguma falha do blogger ou a "conversa" era só para ser entre os dois, Pedro e Luis?
Cumprimentos
Cara Carminda,
Terá sido falha do blogger. Eu sou o único administrador e não apaguei qualquer comentário e nunca o faria a um comentário identificado.
Caro Pedro,
Obrigado pela sua resposta. Estranhei o que se passou e como sou frontal, perguntei.
Cumprimentos
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