Abjurar: do Lat. ab. + jurare, v. tr., renunciar formalmente a certos erros (crença religiosa ou política) em acto público; retratar-se, apostatar.

domingo, março 11, 2007

Santarém de luto.

Hoje fiquei triste. Ao fim da tarde soube que o Cine-Teatro Rosa Damasceno, de Santarém, ardeu esta noite.
Foi ali que fui ao cinema pela primeira vez na infância e durante os tempos de liceu.
Há muito que o querem demolir e construir habitação, comércio e uma discoteca, segundo consta. Espero que esta machadada no património cultural scalabitano redobre a vontade de revitalizá-lo como espaço cultural.

No Público.pt:

O cineteatro Rosa Damasceno, em Santarém, ardeu hoje de manhã, tendo desaparecido por completo a cobertura e a antiga sala de cinema, encerrada há vários anos, disseram fontes dos bombeiros e da autarquia. (...)

Martinho da Silva, presidente da assembleia-geral da Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Santarém, lamentou o estado de abandono em que se encontrava aquele espaço cultural da cidade e ficou consternado com a "notícia triste" recebida hoje.

Martinho da Silva referiu que o espaço havia sido completamente entaipado há dois anos, quando a associação chamou a atenção para o fácil acesso àquele local."

Até aqui vivíamos na esperança" de que aquele espaço cultural fosse devolvido à cidade, disse Martinho da Silva, acrescentando esperar que o que vier a suceder ao Rosa Damasceno mantenha um carácter público, de preferência de dinamização cultural, sobretudo quando se fala em tornar mais vivo o centro histórico de Santarém.

Emília Pacheco: Judiciária deve "ir até ao fim"

Maria Emília Pacheco, anterior presidente da direcção daquela associação e actual membro dos seus corpos sociais, sublinhou a importância do edifício, tanto para o país, como peça do modernismo português.

No seu entender, os responsáveis deviam ter "vergonha" do prolongado abandono a que o edifício foi votado, pelo que é sua obrigação fazê-lo "renascer das cinzas", salvaguardando o que restou e devolvendo-o como espaço público à população.

Para Emília Pacheco, a investigação hoje iniciada pela Polícia Judiciária deve "ir até ao fim, doa a quem doer", para apurar quem "foram os verdadeiros responsáveis" pelo incêndio.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um edifício abandonado há longo tempo, perdeu seguramente as suas defesas ás intempéries, concretamente à imensa chuva que tem ocorrido em Santarém. Sem ser um perito, parece-me por demais evidente, que um fogo nestas circunstâncias exigiu intervenção humana. Início mais ou menos ás 5 da manhã! Não a uma hora que seja facilmente detectado. São, de acordo com a notícia demasiadas coincidências. Recentemente o Supremo mandou reabrir o processo.
Não andarei longe se disser que e a ideia é criar mais uma daquelas situações em que o país é pródigo, quase sempre com a conivência do poder autárquico, ou seja: o facto consumado. A ver vamos como se comporta Moita Flores e a oposição relativamente a este assunto. Mas não só. O país gasta milhões com a Polícia Judiciária. Está na altura de se lhes começar a exigir resultados.
Faço votos que para Público e para os jornais de Santarém a notícia não se esgote aqui.

Contador