Abjurar: do Lat. ab. + jurare, v. tr., renunciar formalmente a certos erros (crença religiosa ou política) em acto público; retratar-se, apostatar.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

Demolição integral da casa onde viveu e morreu Almeida Garrett.


O Departamento de Urbanismo da Câmara de Lisboa havia suspendido, em Outubro de 2004, a autorização da demolição integral da casa onde viveu e morreu Almeida Garrett, em Campo de Ourique, na freguesia de Santa Isabel, pedindo ao Departamento de Cultura da edilidade um novo parecer.

Por outro lado, ao IPPAR nunca chegou qualquer pedido de classificação proveniente do executivo municipal ou da Junta de Freguesia de Santa Isabel. De acordo com "A Capital" de 01 de Abril "a Divisão de Cultura da CML deu parecer negativo à preservação da casa onde viveu o escritor". O prédio, mandado construir em 1852 na Rua Saraiva de Carvalho nos. 66-68, pelo Visconde João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, viu falecer entre as suas paredes o escritor romântico, Deputado e Ministro dos Negócios Estrangeiros em 9 de Dezembro de 1854.

Hoje, 29/12/2005, segundo o Jornal de Notícias uma decisão da autarquia permite demolir a casa e avançar com um condomínio de luxo.

Vale a pena recordar as palavras do Dr. Guilherme de Oliveira Martins - presidente do Centro Nacional de Cultura - na época Deputado do Grupo Parlamentar do PS, em requerimento dirigido à ex-Ministra da Cultura, Dra. Maria João Bustorff, em 26-10-2004:

"A Câmara Municipal de Lisboa autorizou a demolição do edifício onde faleceu o grande poeta, dramaturgo, homem da cultura e cidadão exemplar João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett.A última casa onde viveu Almeida Garrett situa-se na Rua Saraiva de Carvalho nº 66/68 apresentando características românticas, típicas da época em que foi construída, o que a liga especialmente à figura de quem nela viveu e que é, com Alexandre Herculano, o símbolo maior do romantismo português. A demolição, ao que se supõe suspensa, destruirá irreversivelmente um dos marcos fundamentais da obra romântica."

Continuo a esperar que, mesmo que não seja viável a criação de uma casa-memória naquele espaço, em homenagem ao vulto literário, se considere importante evitar a demolição integral do edifício, protegendo a sua fachada que, por si só, constituí um marco no património romântico da freguesia de Santa Isabel.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais uma situação lamentável no nosso pais.
Passei pela casa de Almeida Garrett, diariamente, durante 6 anos a caminho da escola secundária que frequentei ("Machado de Castro"). Tenho pena que um prédio, com a sua singularidade, tenha ser ser demolido para dar lugar a mais um condomínio de luxo. Sabe-se lá para quê tantos "condomínios".

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