Abjurar: do Lat. ab. + jurare, v. tr., renunciar formalmente a certos erros (crença religiosa ou política) em acto público; retratar-se, apostatar.

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Esclarecimentos de Gaioso Ribeiro.

Caro Carlos,

Compreendo e concordo com as tuas dúvidas relativamente mas, não tomemos a árvore pela floresta, pois de resto, também gostei do que ouvi. Tecnicamente muito preparado, a dominar os dossiers municipais.

Vale a pena ler com atenção o artigo do Vereador Nuno Gaioso Ribeiro no Diário Económico de hoje, onde é explicitado o conteúdo da sua entrevista ao programa "Diga Lá Excelência".

Excertos que considero relevantes:

No programa “Diga Lá Excelência” de domingo passado coloquei uma hipótese, também para suscitar debate sobre as “saídas” para a crise da Câmara de Lisboa, que foi objecto de algumas interpretações distorcidas. (…)
Caso o “autismo” persista e a oposição se entenda para as inevitáveis eleições (acordo “negativo”) seria desejável que essa mesma oposição – composta por quatro partidos – apresentasse uma proposta eleitoral (acordo “positivo”) que restituisse estabilidade à Câmara. Claro que isso pode ser conseguido pelas duas vias convencionais e mais prováveis: ou por candidaturas próprias de cada partido, existindo uma delas que assegure uma maioria absoluta de mandatos ou que faça um acordo pós-eleitoral para a obter, ou através de uma coligação pré-eleitoral (mais transparente para os eleitores), desejavelmente entre os três partidos do centro-esquerda e esquerda – ideia que prefiro, tal como neste jornal deixei expresso em crónica de 31/1/2007.(…)
O que de inovador então disse foi que não deveria ser liminarmente desconsiderada uma outra hipótese – atípica ou menos convencional, tal como atípica é a situação política –, porém mais improvável de concretizar: um pacto de responsabilidade local, traduzido numa candidatura de cidadãos independentes, apoiada por alguns partidos da oposição (desde logo os de centro e centro-esquerda) ou mesmo por todos. (...)
Foi isto o que disse, foi esta a hipótese que admiti. Não falei de “lista com toda a oposição” nem de “coligações com partidos da direita” (disse mesmo que tal seria “impossível”). A hipótese é ousada? Sim. Exequível? Dificilmente. Admitia-a para debate e reflexão: no interesse do concelho, não das concelhias, a pensar nos cidadãos, não no umbigo. Posso acabar os meus dias no “inferno” dos bem-intencionados mas, como munícipe e cidadão, esse é, certamente, o menor dos meus pesadelos.(…)


Ler texto integral aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lisboa é uma cidade milenar. A crise de Lisboa não é só de agora. Mais, não se ultrapassa com a queda do actual executivo. Deixa de ser mais um factor de crise, é verdade, mas, repito, não a sua solução.
A gestão de Lisboa está numa encruzilhada. Se o Executivo se mantiver, até a gestão corrente corre sérios riscos. Se houver eleições preliminares, o partido que as ganhar, teria que conseguir conciliar o impossível: uma gestão de recuperação mas que não pusesse em perigo o próximo ciclo eleitoral. Sejamos realistas: não é possível.
Assim, enquanto cidadão que habita Lisboa, entendo que agora mais que nunca, a cidade precisa de uma Comissão, ou qualquer outra designação, isso não é o importante, que se preocupe, para além da gestão corrente, apenas com duas coisas:
Recuperar financeiramente a CML;
Reestruturar o seu capital humano, sem receio das críticas que irão surgir e de alguns problemas humanos que necessariamente irá criar. Esses funcionários terão a almofada da Segurança Social, que reconheça-se o mérito, tem feito um trabalho que se distingue.
Se conseguisse assumir estas duas funções, quem integrasse essa Comissão prestaria um excelente serviço a Lisboa e consequentemente ao país. E quem poderia integrar essa Comissão? Todos os actuais vereadores. Mais, até na redução da opacidade a Câmara mas sobretudo os cidadãos ganhavam com esta solução.
È uma proposta viável, num cenário em que tradicionalmente os candidatos mais do que o exercício do poder, procuram o poder pelo poder? Apesar de bastante difícil, pode ser. Mas se assim não for, perdem todos.

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