Jerónimo de Sousa considera "coerente" disponibilidade de Alegre

Jerónimo de Sousa considera "coerente" disponibilidade de Alegre
17h05m
O secretário-geral do PCP considerou hoje, domingo, prematuro qualquer comentário ao anúncio da disponibilidade de Manuel Alegre para se candidatar à Presidência da República, mas considerou que é um "passo coerente com as iniciativas que o próprio vinha desencadeando".

"Num quadro em que a situação económica e social se agrava ninguém entenderia que se transformasse numa prioridade aquilo que está a um ano de distância e que são as eleições presidenciais", disse hoje, domingo, o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa.

O líder comunista, que falava aos jornalistas no final de um almoço convívio com micro, pequenos e médios empresários, em Vialonga, Vila Franca de Xira, sublinhou que o momento económico obriga a outras prioridades, sendo necessário dar "respostas imediatas à situação que vivemos e não transformar essa [eleições presidenciais] na questão das questões".

No entanto, Jerónimo de Sousa não deixou de referir que o anúncio de Manuel Alegre é uma consequência lógica das suas acções.

"Faço o registo que é um passo coerente com as iniciativas que o próprio vinha desencadeando e desenvolvendo. Creio que se deu um passo mais adiante, mas insisto que é prematuro", afirmou o líder do PCP.

Jerónimo de Sousa assinalou também o silêncio socialista sobre a questão.

"O próprio Partido Socialista (PS) ainda nem sequer tomou posição, nem sabemos se é um candidato supra-partidário e se é um candidato com que o PS se identifique e essa identificação ou não do PS é um elemento político de grande relevância", declarou.

"Tudo o que seja precipitado até para o potencial candidato não será bom. Demos tempo ao tempo", acrescentou o secretário-geral do PCP.

Questionado se Manuel Alegre teria o perfil de um candidato capaz de unir a esquerda, Jerónimo de Sousa não se quis comprometer, mas confrontado com as declarações do socialista Vitalino Canas, que afirmou que António Guterres ou Ferro Rodrigues seriam nomes mais consensuais para uma união à esquerda, o líder comunista foi um pouco mais longe.

"Creio que o dr. Vitalino Canas devia estar a pensar mais no PS do que na esquerda. É mais uma opinião. É um problema que o PS tem que gerir e não nós", concluiu.

Manuel Alegre anunciou na passada sexta-feira, num jantar em Portimão, a sua disponibilidade para uma candidatura à Presidência da República, "para vencer pela República e por Portugal".