Abjurar: do Lat. ab. + jurare, v. tr., renunciar formalmente a certos erros (crença religiosa ou política) em acto público; retratar-se, apostatar.

sábado, junho 28, 2008

«Governo quer espólio de Pessoa»

Na última página do Expresso de hoje:

Governo quer espólio de Pessoa
Uma sessão na Casa Fernando Pessoa, quinta-feira à noite, para discutir o valor, também económico, do poeta, acabou por se centrar na questão da parte do espólio que está na posse da família e que esta pretende leiloar. Presentes na sessão, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, e a sobrinha do poeta, Manuela Nogueira, tiveram um diálogo aceso. Com o ministro a dizer que tudo fará para que o Estado compre o acervo e não deixa que ele se disperse ou vá para o estrangeiro. Do espólio fazem parte dois mil papéis e mais de cem livros e revistas, incluindo o "dossier Crowley" - correspondência de Pessoa com o célebre mago inglês.

Como estive presente nesse dinâmico debate que aconteceu na passada 5a feira, permito-me acrescentar à notícia do Expresso duas notas, muito importantes, no discurso do Ministro da Cultura:
1 - da leitura que faz do interesse público (o Ministro) tudo fará, dentro da legalidade e de critérios de razoabilidade, para que o espólio permaneça em Portugal e disponível aos insvestigadores, nomeadamente, "dialogando" com o espólio que já reside na Biblioteca Nacional, e que será quase 15 vezes mais, do que está em causa neste conjunto, e com os espólios de outros autores.
2 - O Estado ainda não conhece o que integra o conjunto que integra este espólio a leilão, nem os termos do contrato entre a Família e a leiloeira.

Um tema, seguramente, a seguir.

Em outro mundo, onde a vontade é lei

Em outro mundo, onde a vontade é lei,
Livremente escolhi aquela vida
Com que primeiro neste mundo entrei.
Livre, a ela fiquei preso e eu a paguei
Com o preço das vidas subseqüentes
De que ela é a causa, o deus; e esses entes,
Por ser quem fui, serão o que serei.

Por que pesa em meu corpo e minha mente
Esta miséria de sofrer ? Não foi
Minha a culpa e a razão do que me dói.

Não tenho hoje memória, neste sonho
Que sou de mim, de quanto quis ser eu.
Nada de nada surge do medonho
Abismo de quem sou em Deus, do meu
Ser anterior a mim, a me dizer
Quem sou, esse que fui quando no céu,
Ou o que chamam céu, pude querer.

Sou entre mim e mim o intervalo _
Eu, o que uso esta forma definida
De onde para outra ulterior resvalo,
Em outro mundo.

Fernando Pessoa - 1932

Cavaleiro Monge - Fernando Pessoa 24-10-1932

terça-feira, junho 24, 2008

O Regresso.

Ora Viva!
Agora que já estou no 4º e último ano de Direito da FDL, talvez tenha mais tempo para passar por cá. Muita água passou por debaixo da ponte mas, é assim a vida!

Duas notas iniciais:

- Foi um sucesso a 2ª Mostra de Artesanato Urbano do Jardim da Parada, com organização da Junta de Freguesia do Santo Condestável, que decorreu no passado dia 21 de Junho, sábado. Artesão e público entusiasmado pedem a repetição do evento. A minha proposta será retomar a mostra a 19 de Julho e a 20 de Setembro.

- Na próxima quinta-feira, dia 26, Inês Pedrosa convida para debater como valorizar (ainda mais) a marca Pessoa o Ministro José António Pinto Ribeiro, a sobrinha do poeta, Manuela Nogueira, o professor universitário António M. Feijó, o investigador Jerónimo Pizarro e o editor Manuel Rosa. A partir das 21.30, na Casa Fernando Pessoa. Carlos Vaz Marques modera a sessão. Não vou faltar!

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